"A boca fala do que o coração está cheio."

domingo, 20 de janeiro de 2008

Aquela palavra

Ela pensou: "que engraçado!"
Ela sempre gostou das palavras e sabia que elas tinham grandes poderes.
Estando feliz ou depressiva era nas palavras que ela se refugiava.
As palavras eram suas melhores amigas.
Elas é que davam tempero à sua vidinha tão monótona.
Ela nunca imaginou que pudesse ser apunhalada por uma palavra.
Era só uma palavra. Nove letras. Quatro sílabas.
Ela chorou copiosa e verdadeiramente.
Chorou por causa da dor que sentia ocasionada pela palavra e chorou pela traição da palavra em si.
Mais uma vez ela recorreu às palavras para tentar amenizar seu sofrimento.
Mais uma vez as palavras se portaram como suas amigas e secaram suas lágrimas.
No final das contas, ela já nem lembrava da traição e riu na cara da palavra maldita.
Palavra, na verdade, nem tão maldita assim.
Unf... na-mo-ran-do.
Ela soletrou e achou engraçado.

2 comentários:

Juliana Campos disse...

Por acaso do destino (será?)
deparei-me com seus textos, muito bem escritos por sinal. Os li, identifiquei-me por vezes, outras não tanto, mas achei-os muito interessantes. Sincerante gostei, gostei mesmo deles!
Parabéns!
Que você continue cheia de inspiração e criatividade ;)

Laís disse...

Lindo! Gostei muito desse seu texto. Como a Juliana disse aí em cima, tbm me identifiquei bastante com ele. Realmente, palavras são amigáveis e ameaçadoras ao mesmo tempo. Ajudam a tranformar sua dor em algo concreto, o que pode aliviá-la, mas também nos mostram algumas verdades que muitas vezes preferiramos manter obscuras!
Parabéns =D